Com a tendência e a necessidade de preservação do meio ambiente, o aumento gradual no valor dos combustíveis fósseis e a aposta de parte do setor automotivo nos veículos híbridos e elétricos, uma das maiores dúvidas para quem vai montar uma frota é: qual opção sustentável é a mais vantajosa?
De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o Brasil conta com 13.889 carros elétricos ou híbridos, sendo que no último ano o número de eletropostos (postos de recarga de veículos desse tipo) subiu 50% e agora o país conta com 754 unidades.
Antes de qualquer conclusão, é necessário considerar que carros híbridos são sim capazes de reduzir a emissão de poluentes. Mas eles também são movidos a combustíveis tradicionais, como a gasolina, por exemplo.
Por outro lado, os carros elétricos consomem energia para serem recarregados. Essa energia pode ser proveniente das hidrelétricas ou até termoelétricas, que causam impacto no meio ambiente (em diferentes escalas e formas).
Você quer ter uma frota com veículos híbridos e elétricos? Então confira mais sobre o assunto, saiba como é o funcionamento de cada um e conheça quais opções estão disponíveis no mercado nacional. Será que é barato ter e manter um carro, caminhão ou moto desse tipo?
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Um carro híbrido conta com dois ou mais motores, sendo que um deles é movido a combustão (e utiliza combustíveis como gasolina e etanol) e o outro é movido a eletricidade.
Em distâncias percorridas dentro de trechos urbanos ou serviços mais rápidos, o motor elétrico pode trazer uma economia de combustível bem interessante. Além disso, esses carros costumam ser equipados com um sistema de recuperação de energia das frenagens, recarregando a bateria.
Nos veículos híbridos mistos, o sistema elétrico do carro avalia qual é o melhor tipo de motor para usar, considerando o percurso que está sendo feito e as condições do carro. Além disso, o sistema deixa uma opção de livre escolha para o condutor, que também pode definir qual motor deverá ser usado.
O conjunto paralelo nada mais é do que os motores a combustão e elétrico trabalhando ao mesmo tempo para mover o veículo.
O híbrido-série tem um motor elétrico que gera a tração nas rodas, enquanto o motor a combustão alimenta a energia da bateria.
Atualmente, o segmento dos carros híbridos vem ganhando espaço. Isso acontece graças ao esforço de montadoras que apostam na fabricação de utilitários esportivos, sedans e hatches.
Toyota Corolla Altis Hybrid (2020): R$ 157.930,00 (sedan)
Toyota Corolla Cross (2022): R$ 185.978,00 (SUV)
Mini Cooper Countryman SE (2019): R$ 206.666,00 (hatch)
Volvo XC60 (2019): R$ 307.700,00 (SUV)
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Um veículo elétrico conta com, pelo menos, um motor movido a eletricidade e não emite gases poluentes, nem ruídos. Ele tem um funcionamento diferente do que aqueles que contam com motor a combustão.
A bateria armazena a carga que fará o carro se movimentar. Já o inversor transforma a corrente contínua em corrente alternada, alimentando o motor. Esses veículos também contam com sistema de recuperação de energia das freadas, que retornam como carga para a bateria.
O Brasil já conta com diferentes opções de veículos elétricos para atender vários públicos. O mercado conta com opções no segmento de carros luxuosos e utilitários esportivos e até mesmo caminhões para frotas, para aqueles que desejam trabalhar com transporte de cargas médias e entregas.
JAC E-JS1 (2022): R$ 141.820,00 (hatch)
JAC iEV 1200T (2020): R$ 279.177,00 (caminhão)
BYD eT3 (2022): 230.000,00 (furgão)
Volvo XC40 Pure Electric (2022): R$ 400.057,00 (SUV)
Sim e não. Podemos dizer que, em partes, a mudança do tipo de combustível utilizado em veículos terrestres pode sim garantir um meio ambiente mais preservado, um ar mais limpo, menos poluição. E os veículos híbridos e elétricos são um bom caminho para isso.
Mas esse não é o único fator a ser trabalhado na sociedade. Além disso, temos que considerar que há muitos países que usam, por exemplo, termoelétricas como sua maior fonte de energia, produzindo gases que contribuem para o efeito estufa.
Em contrapartida, um estudo feito pela Nature Sustainability, em 2020, revela que mesmo em países que utilizam fontes de energia elétrica poluentes, os carros elétricos já conseguem impactar positivamente na redução da poluição.
Hoje em dia, com a crise financeira nacional, impactos causados pela pandemia e por conflitos armados na Europa, o setor automotivo não vive seu melhor momento e os preços tendem a ser elevados.
Porém, é importante ressaltar que o Governo do Estado de São Paulo anunciou no final de março um programa chamado ‘Pró Veículo Verde’, que incentiva a produção de carros, motos e caminhões híbridos ou movidos a energia limpa no estado.
De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o etanol produzido no Brasil (com cana-de-açúcar) pode reduzir em 73,3% a emissão de carbono por ano, se comparado com o uso de gasolina.
Vale ressaltar que, ainda assim, o etanol é um combustível poluente. Só que parte dos gases emitidos podem ser compensados pelo próprio plantio da cana-de-açúcar, que absorve parte do dióxido de carbono liberado pelos veículos.
Quem vence essa batalha? Bom, isso depende do ideal de cada empresa. Se você tem o desejo de montar uma frota com veículos híbridos ou elétricos ou tem como princípio o compromisso de reduzir a emissão de poluentes, isso já é possível no Brasil sim, porém com preços não tão atrativos.
A tecnologia usada em carros que não são a combustão ainda é nova e pouco difundida, fazendo com, que de fato, custe mais caro. Além disso, a autonomia de veículos elétricos costuma ser menor do que a de motores a combustão.
Vamos pegar como exemplo o consumo do SUV Volvo XC40 Pure Electric. Sua bateria é de 78 kWh e a autonomia é de 400 km no modo mais econômico. Para descobrirmos o gasto, é necessário aplicar o valor a distância padrão de 100 km rodados.
78 kWh x 100 = 7.800
7.800 / 400 = 19,5 kWh a cada 100 km rodados.
Se o Volvo XC40 Pure Electric consome 19,5 kWh a cada 100 km e cada kWh na cidade de São Paulo tem valor de 0,92 centavos, o veículo gasta R$ 71,76 para percorrer 400 km, por exemplo.
A gasolina em São Paulo, por exemplo, está na faixa dos seis reais o litro, na média. Para rodar 400 quilômetros, o Volkswagen T-Cross precisa de 36,3 litros. Isso se transforma em um gasto de R$ 217,80 para percorrer a mesma distância que o elétrico Volvo XC40 Pure Electric. Ou seja, R$ 146,04 a mais.
400 km de distância para percorrer
400 / 11 = 36,3 litros
36,3 x 6 = 217,80
Porém, lembramos que cada carro tem uma autonomia específica e é necessário aplicar os números equivalentes à de cada modelo para se ter essa noção de forma correta.
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